sábado, 31 de janeiro de 2015

AUTO-EFICÁCIA NOS PROFESSORES DO ENSINO BÁSICO: Sua relação com variáveis demográficas dos professores

Inocêncio Bahule  
  [ebahu1e1 @ gmail.com] 

  RESUMO 

Auto-eficácia nos professores do ensino básico: sua relação com variáveis sócio-demográficas dos professores[1], cujo objectivo era, avaliar o nível de crença de eficácia pessoal dos professores do Ensino Básico, explorando os factores que influenciam as tais crenças. Um aspecto, considerada bastante importante para a eficácia do ensino e para regulação da aprendizagem dos alunos, o senso de auto-eficácia dos professores. O presente teve, como base a Teoria Sócio-cognitiva de Bandura, da qual os resultados também foram discutidos. O estudo teve como amostra 133 professores do ensino básico, cujo instrumento de recolha de dados era constituído por um questionário com uma escala de tipo Linkert com 40 itens, sub-dividido em três sub-escalas, para avaliar a auto-eficácia para ensinar, para organizar e orientar situações do ensino-aprendizagem e para motivar os alunos para aprendizagem, cuja sua validação revelou aspectos: qualitativa e quantitativa. A análise, revela que os níveis de crenças de auto-eficácia nos professores são bastante altos nas três variáveis da auto-eficácia se relacionados com as variáveis sócio-demográficas ou sócio-profissionais, faixa etária, tempo de magistério; formação profissional e número de alunos, o estudo, ainda permite compreender os factores que dificultam ou facilitam a prática do exercício docente com eficácia. Embora, em alguns casos as medidas de eficácia demonstram um decrescimento. Por exemplo, em professores com muitos alunos sobre tudo quando a idade aumenta e a localização das escolas. Dai que indicamos algumas implicações educacionais e sugestões face a estas e sugerimos, ainda, novos estudos e em especial no que diz respeito a escala usada neste estudo.

Palavras-chave: Auto-eficácia; Crenças de auto-eficácia nos professores; Teoria sócio-cognitiva; Agência humana; Variáveis sócio-demográficas ou sócio -profissionais. 

ABSTRACT
This study titled as: Self efficacy in basic education teachers: their relationship with socio-demographic variables of  teachers, whose aim was to assess level of  belief of personal efficacy of teacher in basic, exploring the factors that influence such  beliefs. Considered a very important aspect for the effectiveness of teaching and learning for the regularization of the students, the sense of self-efficacy of teacher. The present, was based on social cognitive theory of Bandura, the results of which were also discussed. The study wich the sample was 133 teachers in basic education teachers. Whose instrument in data collection was made up of survey with a linkert-type scale with 40 items, subdivided in three sub-scale to asses self efficacy to the teacher, to organize and direct the teaching-learning situations and to motivate students for learning, which reveled their validating Aspects: qualitative and qualitative. The analysis, reveal that the leavel of self-efficacy beliefs of the teachers are very high in the three variables self efficacy is related to social-demographic variables age, time professorship, professional formation and number of students per class over all the teacher with older age, more time professorship, and few classes of students, yet, the study provides insight into the factors that hider or facitate practice of teaching exercise with effectiveness. Although in some cases the relations between the measures of effectiveness and variable show a decrease. For example, teacher with many students about everything when they grow older and school located. There from which indicate some educational and implication address,  the suggestion suggested and still further study and in particular as regards the scale used in this study. 

Keywords: Self-efficacy; self-efficacy beliefs of the teachers; social cognitive theory; Human Agency; socio-demographic variables.


1.      INTRODUÇÃO

A qualidade de ensino, depende de entre vários factores do exercício do professor. Neste âmbito julgamos, analisar as crenças de eficácia nos professores do Ensino Básico, para verificar até que ponto eles crêem que são capazes de desenvolver um trabalho de qualidade para cria mudança comportamentais nos seus alunos. Os alunos aprendem a partir de uma variedade de razões e que determinam a forma como aprendem e dai, determina os resultados, sobre tudo quando observam o professor como modelo referencial, segundo a Teoria Sócio-cognitiva de Bandura (1986).
A auto-eficácia para ensinar, encontram marcas em metodologias que os professores usam; no envolvimento dos alunos; dificuldades no ensino; tempo ou experiência em magistério, número de alunos que possuem; disciplina que lecciona; a formação, focalizados na influência na motivação para e na aprendizagem dos alunos.

Professores com crença de auto-eficácia, acreditam nas suas próprias potencialidades, cujo objectivo é atender às exigências das situações propostas pelo PEA e das acções que os leva ao alcance dos objectivos. Segundo (Brophy, 1998; Mccaslin & Good, 1996; Patrick, Hisley & Kempler, 2000), um professor altamente motivado ou entusiasmado no seu exercício, influência os seus alunos a aprendizagem eficaz e o contrário, influencia o mesmo.

Arruda (2001), diz que a falta da motivação e interesse em professores e alunos pode contribuir para que se estabeleça um círculo vicioso que mantém ambos em estado de “inércia”. 
Face a esta situação e na realidade Moçambicana: Como estão as crenças de eficácia dos professores? Quais os factores que determinam a formação de crenças de eficácia nos professores? De que modo as crenças de auto-eficácia influenciam o desempenho, a realização e motivação dos professores e a aprendizagem dos alunos? Pois tem se verificado alunos sem uma auto-regulação adequada face a aprendizagem. No entanto, até que ponto, as variáveis sócio-profissionais ou demográficas dos professores influenciam a motivação para aprendizagem dos alunos.

O presente resulta da experiência como professor dos EB; necessidade de alargar o campo de conhecimentos nesta área de investigação, nunca realizado em Moçambique dai também a necessidade de construir e validar uma escala para avaliar o nível de auto-eficácia dos professores moçambicanos numa perspectiva de verificar a motivação do professor no seu exercício; compreender a influência da actuação dos professores no rendimento escolar dos alunos; verificar a actuação do professor no seu exercício, virado ao interesse pela formação e no exercício profissional eficientes e eficazes. No entanto, como hipóteses de partida tivemos: (i) A auto-eficácia dos professores é determinada pelas variáveis sócio-profissionais ou sócio-demográficas e (ii) Os níveis de crença de eficácia pessoal dos professores influenciam o desempenho, a realização e a motivação dos seus alunos para aprendizagem.

   2.      AUTO-EFICÁCIA
É a expectativa que o individuo cria de que com o seu esforço pessoal é capaz de organizar e executar um curso de acções necessários para concretizar determinadas tarefas e produzir resultados desejados (Bandura, 2002). Bandura (1977), refere-se a auto-eficácia, como factor central da situação ou a dimensão da auto-eficácia, mais importante dentre as demais, à capacidade do sujeito de obter sucesso em situações difíceis, pelo seu carácter pessoal.

Crenças de Auto-eficácia nos professores

Segundo Bandura (1986), as crenças de auto-eficácia, são componentes psicológicas que estão relacionadas com as percepções pessoais de competência para executar cursos de acções específicos. Por isso, define-se como conjunto de crenças e expectativas que os professores desenvolvem acerca das capacidades para exercício das suas actividades com vista o alcance dos objectivos e dos resultados diante de e diferentes situações do PEA (Mota, 2010). A crença de auto-eficácia no professor, definido como conjunto de crenças e expectativas que estes constroem a cerca das suas capacidades para realizar tarefas, concretização dos objectivos e para alcançar resultados nas diferentes situações da actividade docente (Mota, 2010).A auto-eficácia no professor refere-se, à extensão em que o professor acredita que tem capacidade para influenciar a realização dos alunos (Ashton, 1984). Refere se no entanto, a execução com êxito das actividades do ensino, orientar com êxito ou ainda ter uma convicção em ser capaz de orientar com êxito ou ter uma convicção em ser capaz de orientar as acções necessárias para executar uma determinada actividade docente com sucesso.De acordo com Tschanner-Moran, Hoy & Hoy (1998), estas crenças variam de acordo com a função contextual. Isto é, a disciplina, a turma, os meios, as condições da sala de aulas, bem como o percurso profissional do professor, entre outros. Podendo em alguns caso assumir um aspecto colectivo, como por exemplo, a integração no grupo de trabalho, em que todos tem um objectivo, problemas similares e/ou mesmos desafios (Bandura, 1986). Para Ashton (1984) o senso de eficácia de um professor pode ser considerado em termos da medida em que ele acredita ter capacidade de influenciar a performance dos seus alunos.As crenças de eficácia do professor representam o julgamento que o professor faz das suas capacidades para desempenhar acções necessárias para organizar e executar determinados níveis de realizações dos seus alunos na aprendizagem.

         [...] uma crença e refere-se às convicções do indivíduo sobre suas habilidades de mobilizar suas facilidades cognitivas, motivacionais e de comportamento necessárias para a execução de uma tarefa específica em determinado momento e um dado contexto (Azzi; Polydoro, 2006:16) Citados Por (Lima et. al. 2009).

Portanto, as crenças de auto-eficácia do professor, são convicções pessoais do professor, tendo em conta a sua tarefa docente e o grau de qualidade do (próprio) desempenho por si definido, isto é, trata-se de uma auto-avaliação quanto à própria competência docente (inteligência, habilidades, conhecimentos, etc.).
 Influência da auto-eficácia no professor

Segundo Silva et. al. (2008), existem quatro factores que influenciam a crença da auto-eficácia do professor; a competência docente, na inovação no ensino, motivação no ensino e a formação docente. Por tanto, os factores que influenciam o nível de eficácia nos professores abrangem as habilidades, capacidades de adaptar as turmas e de adaptação de conteúdo a realidade da turma; disciplina que lecciona, características e realidade da turma; disciplina que lecciona, comportamento e dimensão da turma, Mota (2010:43). Ainda Mota (ob.cit.), faz referência aos conhecimentos que o professor adquire durante a formação, experiências, pesquisa e actualização do conhecimento, o trabalho conjunto, tempo de actividades e diferentes papéis do professor. Portanto, todos os factores demonstram que, os níveis de eficácia dos professores parecem ser influenciado pelo domínio da realização, situações particulares das tarefas a executar, a saúde do professor, ou seja, o nível de eficácia do professor depende também da condição física, assim como as características pessoais podem interferir no desempenho do professor (Bandura, 1997 & Mota, 2010).Goddard, Hoy & Hoy (2000), dizem que as crenças de eficácia dos professores são influenciado pelas formação académica, formações continuas especificas, experiências profissionais, que quando associados as iniciativas ou relatos de experiências, contribuem para o aumento das crenças de eficácia. Cohen (1980) citado pela Mota (2010), diz que as crenças de eficácia, têm origem na relação que o professor cria com os alunos, na forma como o professor estrutura e organiza as suas aulas e no grau de dificuldades que aplica na avaliação dos seus alunos; Feldman (1993), considera os traços de personalidade, tais como auto-estima, motivação, a percepção positiva dos outros como um factor que também deve se ter em conta na formação das crenças de eficácia individual do professor. Bzuzeck (1996), acrescenta o aspecto de segurança psicológica ou seja diz que, a existência de uma equipe de docentes que indica uma crença compartilhada por todos acerca da segurança que as relações interpessoais podem oferecer ao grupo.

Papel da crença de auto-eficácia no professor
A crença de auto-eficácia, apreciação individual acerca do seu exercício docente, basicamente nos aspectos comportamentais e no pensamento. Isto é, ajuizar a competência, habilidades individuais para a concretização de uma meta, neste caso a aprendizagem dos alunos ou a realização destes. Varias pesquisas sobre ensinos, a destacar: Woolfolk e Roy, 1990; Bzuneck, 2001, têm demonstrado que os resultados da aprendizagem dos alunos dependem, das competências de quem os ensina. Parafraseando Bandura (1997), a crença de auto-eficácia, encontra se ligada a teoria da agência pessoal e colectiva, cuja actuação relaciona se com agente sócio-cognitivo na regulação do bem-estar individual. As crenças individuais são tidas como essências no controle da agência pessoal do indivíduo. Portanto, esta perspectiva considera o indivíduo como produtor e resultado (produto) do seu ambiente do seu sistema social. Ou seja o indivíduo exerce estas duas funções como: Agente, quando interfere no seu ambiente e objecto, quando reflecte e age sobre si próprio. Para tal Bandura (ob.cit) diz que, a auto-eficácia relaciona-se com a crença na capacidade de organizar e implementar o decurso das acções cujo objecto é atingir um determinado resultado. Portanto, no contexto do PEA, o auto-ajuizamento do professor acerca das suas habilidades ou competências são mencionadas como auto-eficácia pessoal para ensinar ou influenciar a aprendizagem dos seus alunos e abrange muita das vezes a apreciação que o próprio professor faz acerca da organização das actividades para aprendizagem dos seus alunos e a forma como consegue coloca-los motivados na sala da aula. E por outro lado a avaliação que faz sobre a forma como usa o conhecimento do conteúdo e o conhecimento didáctico do mesmo, bem como a reflexão na e sobre a sua acção para que possa aplicar o mesmo conhecimento em novas situações do PEA.


METODOLOGIA
De acordo com a revisão bibliográfica, as crenças de eficácia pessoal dos professores podem influenciar o desempenho dos professores e a realização dos alunos, a relevância deste estudo surge da necessidade de aprofundar algumas linhas de investigação, que nunca tinha sido realizados em Moçambique, dai a necessidade de construir e validar uma escala para avaliar a auto-eficácia dos professores moçambicanos e numa perspectiva de verificar a motivação do professor no seu exercício docente; compreender a influência da actuação dos professores no rendimento escolar dos alunos; verificar a actuação do professor no seu exercício, virado fundamentalmente ao interesse pela análise da formação e do exercício profissional eficientes e eficazes do professor do ensino básico, pois esta constitui a fundamental e maior preocupação na sociedade moçambicana.

Objectivos e Hipóteses
Este estudo, como objectivo Avaliar o nível de crença de eficácia pessoal dos professores do Ensino Básico, explorando os factores que influenciam as tais crenças. E com mais especificidade, este estudo visava construir e validar uma escala para avaliar auto-eficácia pessoal dos professores; relacionar o nível de crenças de eficácia com as variáveis género, formação psico-pedagógica dos professores e o número de alunos; Avaliar o nível das crenças de auto-eficácia pessoal dos professores e relacionar com a realização dos alunos e ainda identificar os factores que influenciam o nível de crenças de auto-eficácia nos professores, teve como principais hipóteses as seguintes perguntas: a auto-eficácia dos professores do Ensino Básico é determinada fundamentalmente pelas variáveis do, género, formação psico-pedagógica, número de alunos entre outras variáveis demográficas e Os níveis de crença de eficácia pessoal dos professores influência o desempenho dos professores, a realização e a motivação dos seus alunos para aprendizagem.

Participantes
Participaram neste estudo 133 professores que leccionam os três ciclos do EB, (nas escolas particulares e publicas), nos distritos municipais de Kachamanculo e Kamubukwane, na cidade de Maputo, dos quais, 36.8% do sexo masculino e 63.1% do sexo feminino, na sua maioria com cerca de 15 anos de experiência no exercício da profissão docente, cerca de 46%, e cerca de 88% com formação psico-pedagógica, de referir que os mesmos foram seleccionados duma forma aleatória.

Instrumento de recolha de dados
  Para recolha de dados foi usado um questionário de auto-preenchimento, com duas partes distintas: (i) para dados demográficos e (ii) uma escala do tipo Linkert com 40 itens, constituída por três sub-escalas para a distinção das três dimensões que constituem o objecto do estudo: eficácia para ensinar, eficácia para organizar e dirigir situações de ensino-aprendizagem na sala de aulas e eficácia para motivar os alunos para aprendizagem. Nele encontram se subjacentes as multidimensionalidades do professor, correspondentes aos modelos de auto-eficácia proposto por Bandura (1977). A mesma, fora adaptada das escalas de auto-eficácia dos autores Gibson & Dembo (1984); Macedo (2009); Nascimento (1999); e ainda do inventário de Almeida, Tavares et. al. (2003);   

Para a verificação, a aprovação do grau de consistência interna entre os itens de cada uma das sub-escalas, foi feito um estudo de alpha de Cronbach, sobre os itens de cada sub-escala: No entanto, a sub-escala correspondente a auto-eficácia para ensinar (AEE), com 19 itens cujo alpha = 0.79.  A sub-escala de auto-eficácia para organizar e dirigir situações de ensino-aprendizagem na turma (AEO), com 10 itens apresentou  alpha = 0.71 e a sub-escala, de eficácia para motivar os alunos para aprendizagem ou (AEM), com 11 itens, com alpha = 0.72.  E que a eliminação de um dos itens em cada uma das sub-escalas não altera do valor do alpha.  E quando os 40 itens da escala, são submetidos ao estudo de Cronbach apresentam alpha de 0.84. De acordo os objectivos de construir e validar a escala para avaliar auto-eficácia pessoal dos professores; avaliar o nível das crenças de auto-eficácia pessoal dos professores e relacionar com a realização dos alunos, foram seleccionados para análise todos itens. Isto é, a escala revela características psicométricas adequadas para a avaliação das crenças de auto-eficácia pessoal dos professores para a motivação e para a auto-regulação da aprendizagem dos seus alunos (Almeida & Freire 2000). Ainda foi adaptado um questionário, resultante dos aspectos que os professores consideram determinantes da qualidade dos seus trabalhos e que os mesmos incluem itens que se pressupõem ser essenciais ou concorrem para a determinação do senso de eficácia para ensinar e o senso de eficácia pessoal do professor.


APRESENTAÇÃO E ANALISE DE DADOS
Auto-eficácia para ensinar Vs Factores Sócio-profissionais
Observando os dados resultantes das respostas dadas na sub-escala da AEE com objectivo de verificar a variabilidade em função das variáveis sócio-profissionais, nota se que:
 as professoras apresentam uma pontuação média elevada e uma fraca dispersão, (M=5.26) e (DP= 0.09); e as mesmas apresentam uma pontuação média maior (M=5.32) e (DP= 0.10) no que diz respeito as suas capacidades de ajustar os seus alunos nas actividades ao nível de actividades na sala de aulas, pôs (N=48) 36% professoras crê bem seguro nas suas capacidades, contra (N=28) 21% professores; ainda (N=45) 33.8% professoras acreditam bem seguro que conseguem colocar os alunos a empenharem se mesmo quando as tarefas são deficie em comparação com (N=30) 22.5% professores; no item AAE7 as professoras conservam maior pontuação média e uma fraca dispersão, comparativamente com os professores (M=5.22) e (DP= 0.96). Os professores na faixa dos 25 a 30 anos (N=20) 15.0%, sendo destes, (N=17) professoras a leccionam nas zonas urbanas e (N=7) nas zonas sub-urbanas e (N=1) professor a leccionar na zona urbana e (N=2) professores a leccionar nas zonas sub-urbanas, apresentam maiores scores das médias de pontuações em 6 itens e ainda uma fraca dispersão dos resultados.
Ainda professores na faixa etária dos 18 a 25 anos (N=5) cerca de 3.75% apresentam maiores scores de pontuação média em apenas 2 itens, sendo: AEE5, (M=5.60) e (DP= 0.244); AEE8, (M=5.60) e (DP= 0.244); professores com idade acima dos 35 anos (N=81) cerca de 60.9%, com (N=25) professoras e (N=17) professores a leccionar nas zonas urbanas; (N=23) professoras e (N=16) professores a leccionar nas zonas sub-urbanas, apresentam altos scores  e uma fraca dispersão em apenas dois itens, AAE2 (M=5.39) e (DP=0.73) e AEE15 (M=5.29) e (DP=0.11) e professores na faixa  dos 30 a 35 anos de idade (N=27) 20.3%, distribuídos em (N=8) professores do sexo feminino e (N=5) do sexo masculino a leccionar nas zonas urbanas e (N=23) professoras  e  (N=17) professores a leccionar nas zonas sub-urbanas; não apresentam nenhum item com alto scores nos 10 itens, apenas tiveram altos scores em três itens, e que nos mesmos apresenta maiores dispersões em comparação com os professores noutras faixas etárias nos resultados dos mesmos itens.
De acordo com os dados, conclui se que, os professores com 10 a 15 anos de magistério revelaram ter um alto níveis de crença em comparação com professores com 0 a 5 anos; 6 a 10 anos de exercício e ainda com os de mais de 15 anos de magistério, que acusam o  baixo índices de crença de eficácia do ensino. Assim, seria de concordar com a  hipótese de que as crenças de auto-eficácia para o ensino dependem também do tempo de serviço. Isto é, do desenvolvimento das experiências vicariantes, um factor crucial para o incremento das crenças de eficácia de professores Bandura (1986). Por tanto, embora ambos apresentam três itens com altos scores e fraca dispersão, os professores com abaixo de 40 alunos gozam de apresentarem,  valores da curtose e da assimetria a situarem-se abaixo da unidade como é desejável (Almeida & Freire, 2000), exceptuando nos itens  5, 8, 13 e 14 da AEE que apresentam um ligeiro afastamento do desejável e com valores mínimos que situam acima dos valores intermédios (3 e 4 pontos) em todos os itens. Enquanto, professores com 50 a 60 alunos, embora apresentam também assimetria abaixo da unidade três itens destes, apresentam curtoses muito acima (conturbado) inclusive nos itens com maiores pontuações, AEE2 (curtose= 3.3); AEE10 (curtose=7.67) e AEE (curtose= 12.8).   Logo conclui se que professores como poucos  alunos apresentam maiores crenças de eficácia em comparação com os seus colegas que apresentam turmas numerosas[2]. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O instrumento de recolha de dados usado no presente estudo, revelou:
Aspectos qualitativos, que dizem respeitam a auto-eficácia pessoal para ensinar; organizar e orientar o processo de ensino-aprendizagem e para motivar os alunos para aprendizagem;  
Aspectos quantitativo, para determinação das propriedades psicométricas que revelam características psicométricas para a avaliação das crenças de auto-eficácia pessoal para ensinar, organizar e orientar PEA e motivação os alunos para aprendizagem que sustentam a sua validade bem como a sua utilização, esperando que nas futuras pesquisa, poderá ser realizada a sua validação também através do emprego de outros procedimentos estatísticos para garantir coeficientes mais aceitáveis da sua consistência interna.Dados revelam que, as professoras apresentam maiores níveis de crença, quanto a eficácia para ensinar e para organizar e orientar situações de ensino-aprendizagem e os professores que acusam baixos scores das pontuações médias nos itens da variável da crença quanto à eficácia no ensino; Professoras com diferentes faixas etárias a leccionar nas zonas urbanas, apresentam maiores crenças eficácia de acordo com scores de pontuação apresentados em maior número de itens, se comparado com os professores nas mesmas faixas etária; e para professores, que leccionam nas zonas sub-urbanas, a crença de auto-eficácia para ensinar tendem a crescer para ambos a medida que cresce as faixas etárias; e o mais visível ainda é o maior nível de crenças, em professoras que leccionam nas escolas das zonas sub-urbanas na faixa etária dos acima dos 35 anos de idade e quanto a eficácia para organizar e orientar o processo de ensino-aprendizagem, professores na faixa etária dos 25 a 30 anos de idade, apresentam altos scores da pontuação média, com fraca dispersão, apresentam maiores níveis de crença de eficácia para organizar e orientar situações de ensino-aprendizagem, comparativamente aos professores nas diferentes faixas. Professores, com a formação profissional superior, apresentam altos níveis de crenças de eficácia no ensino, levando nos a concluir que, a formação corresponde competência profissional e científica, o que relaciona se de uma forma significativa com a eficácia para ensinar, ou seja, a medida que aumenta a formação, crescem as habilidades dos professores e também as crenças de eficácia para ensinar. Porem, os professores com a formação básica apresentam maiores níveis de crenças para organizar e orientar situações de aprendizagem dos seus alunos, de acordo com as pontuações média. Este aspecto talvez resulta da ausência do comodismo face aos maus resultados ou permanente disposição para iniciar mudanças;
O aumento do tempo de magistério, também tem sido determinante, professores com 10 a 15 anos de magistério, apresentam maior grau de crença de eficácia em comparação com professores com pouca experiência na docência e este como factor crucial para o incremento das crenças de eficácia de professores, Bandura (1986). Ainda Fives e Alexander (2004) citados pela Macedo (2009), lembram que a auto-eficácia não é pode alterar-se em função de experiência, conhecimento e interpretação de factores do contexto, depende das variáveis género, formação psico-pedagógica, número de alunos e do tempo de serviço em actividades docente.
Nota se ainda que a eficácia para ensinar decresce nas professoras em função do aumento de número de alunos e de uma forma geral a medida que aumenta a idade dos professores. Nisto, Bzuneck (2006), acrescenta que o factor fadiga e stress, são observáveis em professores nas vésperas da reforma, são informações endógenas que podem ser pessoalmente interpretadas como uma derrota física resultante de tanto empenho na profissão. Conclui se ainda que,os professores como poucos alunos apresentam maiores crenças de eficácia em comparação com os seus colegas que apresentam turmas numerosas. Pois nestas, ocorre com muita facilidade a interacção comunicativa e o professor consegue ainda dar o fedback. Day (1999:121), afirma que uma das condições mais favoráveis a melhoria dos resultados dos alunos existem, de uma forma visível em turmas pequenas, pois é onde verifica-se o questionamento com frequência aos alunos e que estes recebem maior feedback do professor.
A capacidade de as  professoras colocarem os seus alunos a aprenderem é baixa de acordo com o scores da pontuação média para motivar. E os professores mais jovens (na faixa etária dos 18 a 25 anos) apresentam maiores crenças de auto-eficácia para motivar os seus alunos para aprendizagem. Na verdade não nota se uma diferença significativa, em relação a esta variável, entre os scores de pontuação com professores nas diferentes faixas etárias, tornando se difícil interpretar esses dados. Por um lado, é de se observar que, de modo geral, são mais baixas as médias na medida de eficácia para ensinar ou organizar e orientar o processo do ensino-aprendizagem, que na de eficácia para motivar os alunos para aprendizagem, onde independentemente do nível ou tipo de formação profissional e/ou número de alunos, entre outras variáveis, as médias de pontuação são altas. De acordo com os scores das pontuações média nas medidas dos itens em causa confirmam essa tendência, assim como as comparações da média, desvio-padrão, assimetria, curtose, variância e assimétria e mínimo, máximo, em itens das outras sub-escalas, onde a tendência é crescente a medida que aumenta a idade dos professores, para além desses aspectos, descobriu-se que grau de coerência de média de scores de pontuação na sub-escala se auto-eficácia para motivar os alunos para aprendizagem, faz verificar que, os professores têm maior capacidade de resolver os problemas junto aos seus alunos.
Os níveis de crença de eficácia pessoal dos professores influência o desempenho dos mesmos; a realização e a motivação dos seus alunos para aprendizagem. Portanto, convém ressaltar que a variável idade quando aumenta, que obteve maior correlação com as sub-escalas de auto-eficácia para ensinar e para organizar e orientar os processos de ensino-aprendizagem, se for comparada às demais as idades baixas. Por isso, pode estar relacionada às fontes de auto-eficácia, pois a tendência é de que quanto maior for a idade, cresce a experiência do indivíduo e maior será o contacto com as fontes, o que pode fortalecer as crenças de auto-eficácia. Os professores inquiridos, identificaram como factores que influenciam os níveis de crença de auto-eficácia, a realização profissional como factor determinante da auto-eficácia; reflexão na e sobre o assunto e forma de orientação das suas aulas; planificação das aulas com regularidade e por fim o apoio de grupo de trabalho ou da direcção em caso de dificuldades com a turma.  

E ainda apontaram como factores que dificultam o exercício docente com eficácia, as condições de trabalho para o professor; condições sociais do professor e do aluno; regulamento de avaliação e ainda os factores infraestruturas. Alguns destes aspectos apontados, parecem ir ao encontro das fontes de crença de Bandura e das variáveis que influenciam as crenças dos professores. A eficácia do ensino tem demonstrado de modo consistente que os professores constituem um factor relevante para a aprendizagem dos alunos. Em síntese, o alto senso de eficácia dos professores está relacionado com:
(i) incremento das crenças de auto-eficácia dos próprios professores e consequentemente nos seus alunos, consideradas como variável determinante da motivação; (ii) a adopção das estratégias mais adequadas de lidar com os alunos, especialmente com alunos-problema de aprendizagem ou desmotivados e (iii) melhor desempenho dos alunos.
Portanto, a crença de eficácia dos professores é uma das poucas características pessoais que, de modo consistente, têm sido relacionadas ao desempenho dos alunos. De tal modo que julgamos que esta constatação deve constituir a principal e determinante das pesquisas relacionadas com a qualidade de ensino em Moçambique, em primeira incursão na área de Psicologia educacional, para a busca de informações da relevância deste nos aspectos educacional.

1.      Implicações Educacionais e Sugestões
Das análises do presente estudo, julga-se ter encontrado algumas implicações relevantes para o desenvolvimento da qualidade de ensino em Moçambique:
O grau ou o nível das crenças de eficácia dos professores, encontrasse associadas as variáveis demográficas e de contexto; o PEA, é um processo complexo de interacções sociais, que pretender uma compreensão adequada da motivação e dos comportamentos dos intervenientes, tendo em conta os aspectos do contexto, dai o professor não pode deixar de saber quais são suas crenças de auto-eficácia; o professor deve procurar mudar ou influenciar o seu comportamento e dos alunos no sentido de atingir um ensino mais eficaz, para tal deve começar pela identificação das suas crenças; alto senso de eficácia dos professores está associado a melhor desempenho dos alunos; e alto rendimento dos alunos informa aos professores que eles podem acreditar em sua capacidade de ensinar com eficácia. Daí, deve começar por atender certas exigências de competência profissional dos professores e condições contextuais que assegurem um ensino mais eficaz. Por exemplo, uma formação de professores que desenvolve uma prática reflexiva, criar condições para o envolvimento dos pais, como parceiros efectivos da escola; Tal como Gorrell e Capron (1990) citados por Bzuneck (2006), sugerem o emprego de modelação cognitiva para os professores com baixo senso de eficácia, confirmando a ideia de Bandura (1986) havia proposto sobre experiências vicariantes. De acordo com Bandura (1986), o factor crucial para o incremento das crenças de eficácia nos professores são os resultados positivos dos alunos; Existe uma necessidade de apoio aos professores por parte das direcções das escolas e/ou dos colegas em relação a algumas características negativas, como contribuição para manter e incrementar as crenças de auto-eficácia nos professores, no contexto escolar, por isso, deve se pautar pelas interacções sociais;

 REFERÊNCIAS

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2.      ALMEIDA, L. S., & FREIRE, T.  Metodologia da Investigação em Psicologia e Educação. Braga: Psiquilíbrios. 2007;
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5.      BORUCHOVITCH, Evely. A motivação para aprender de estudantes em cursos de formação de professores. In: Educação. Nr.1/2008. P. Alegre. Jan/Abr.2088. pp.30-38.;
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[1]  Dissertação do Mestrado como Pré-requesito para obtenção do grau de Mestre em Educação/Psicologia Educacional da Faculdade de Ciências de Educação e Psicologia- Universidade Pedagógica-Maputo, Moçambique (2012);
[2]De acordo com o REGEB (2000), são turmas numerosas, as que possuem  mais de cinquenta (50) alunos. 

sexta-feira, 23 de março de 2012

INTRODUÇÃO E USO DAS TICs NO CURRICULO DO ESG

Inocêncio
INTRODUÇÃO E USO DAS TICs NO CURRICULO DO ESG[1]
“Profissionalismo e Competência dos professores” ocêncio Elias Bahule
                                                                                                        Inocêncio Bahule[2]                         
           ebahule1@gmail.com                                                          
INTRODUÇÃO
1.      Que papel podem desempenhar os professores neste processo ou no exercício das suas práticas ou que tipo de formação possuem ou necessitam para usarem as tecnólogias regularmente nas suas práticas?
A introdução das TICs no ESG em Moçambique, surge como um dos aspectos inovadores do currículo do ESG, da relevância ou da necessidade de tornar o ESG profissionalizante como resposta aos desafios da globalização ou às aspirações da nossa sociedade no sentído de formar um cidadão responsavel, activo, participativo e empreendedor, INDE (2007:01). Baseados na teoria Moderna da Concepção de Currículo que têm-se as novas teorias de currículo escolar que nos apresentam como um recurso ou de acréscimo àquelas já existentes e que buscam dar conta de um universo educacional mais extenso, mais amplo. Proposto  pela tradição diferentemente  da era  tecnologica,  lugar onde o currículo escolar se formava a partir das necessidades de cada escola e de cada aluno.
Neste sentido, o currículo é definido de acordo com as situações vividas pelo aluno dentro e fora da escola, suas relações sociais, as experiências de vida acumuladas, as quais contribuem para a formação de uma perspectiva construcionista educacional. É importante dizer que, para a formação do currículo escolar individual de cada aluno, a organização da vida particular de cada um constitui-se no principal instrumento de trabalho para que o professor possa explorar no desenvolvimento de suas actividades, (MOREIRA e SILVA).
Salientar ainda que, segundo INDE (2007:50) as TICs neste nível serão usadas como meio de ensino das diferentes disciplinas, para encorajar os alunos a usa-los para resolução de problemas, buscar e sistematizar informações e sua utilização interactiva.
Portanto, o presente trabalho visa demostrar a necessidade da mudança de atitudes dos professores face às TICs durante o seu exercício; descrever o tipo de formação que os professores necessitam para usarem as TICs na sala de aulas e ainda as dificuldades ou as vantagens que os professores do ESG têm no uso das TICs no PEA. Para o uso das TICs a sociedade e a propria educação exigem a actualização de conhecimento e a competência dos professores faces as novas tecnologias (alias qualquer mudança curricular necessitária), pois as tecnologias ou o computador na sala de aulas pode ser usado como maquina de ensinar ou a ser ensinada. Isto é, o computador como máquina de ensino consiste na informatização dos metodos de ensino, onde se implementa informações a serem passadas para os alunos, exercìcios, jogos, perguntas e receber respostas para avaliar o nìvel de assimilação ou ainda para que os alunos sejam ensinados a interagir com o computador para passar a informação para a máquina estabelecindo um ciclo: Descrição-execução-descrição.
A construção de conhecimentos, como a programação do computador para a resolver um problemas na forma de uma sequência do comando da linguaguem de programação, apresentando na tela um resultado para que o aluno faça reflexão sobre as informações ou ainda pode usar os programa para relacionar o seu pensamento em um nível metacognitivo pensando nas próprias ideias, segundo INDE (2007:50-54).
Dai que, para os professores como profissionais precisão de encontrar chaves de conhecimentos de grande utilidade para compreender as tendências e o impacto das tecnologias de informação e da aplicacação destes na educação.







1.      INTRODUÇÃO E USO DAS TICs NO ESG EM MOÇAMBIQUE

1.1.Profissionalismo e Competência dos professores
Segundo INDE (2007:50) as TICs (as tecnologias de informaçao e comunicaçao) neste nível serão usadas como meio de ensino das diferentes disciplinas, para encorajar os alunos a usa-los para resolução de problemas, buscar e sistematizar informações e sua utilização interactiva.
De acordo com esta lógica, o computador pode ser usado como fonte de informação ou ainda com instrumento de representação do pensamento sobre o conhecimento em construção, de troca de informação e de elaboração colaborativa (ALMEIDA, 2004:40).
Para PAPERT (ob.cit) o uso do computador é vista a uma abordagem de construcionismo pois o seu uso é meramente para a construção mental dos alunos, baseado no que VALENTE (1993) diz, na programação dos computadores para ensino-aprendizagem, deve se ter em conta o papel do professor como mediador, facilitador e orientador dos alunos e por isso deve se especificar os elementos construtivos do ciclo: descrição-execução-reflexão-depuração, de modo a realimentar-se a evolução do conhecimento e aprendizagem ou seja a aprendizagem e a construção do conhecimento basear-se-ao no esforço do pensar, do abrir espaços para a reflexão, do aprender a aprender, aprender a estudar, do estímulo à curiosidade intelectual e ao questionamento à dúvida, e não à fixação do conteúdo que é dado na aula pelo professor mas sim, nas suas buscas no computador.
Por exemplo, a programaçao do computador para resolver um problema, o aluno deve ser capaz de passar a idéia de como resolver o problema na forma de uma sequência de comandos da linguagem de programação-descrição da solução do problema usando comandos da linguagem de programação, e por sua vez, realiza a execução desses procedimentos, e age de acordo com cada comando. Como por exemplo, a apresentaçao e representaçao de um resultado na forma de um gráfico, onde o aluno recolhe o que está sendo construído e faz uma reflexão sobre essas informações.
No processo de refletir sobre o resultado de um programa de computador pode acarretar acções alternativas, onde o aluno não modifica o programa porque as suas idéias iniciais sobre a resolução do problema correspondem aos resultados apresentados pelo computador e para si, o problema está resolvido; ou depura o programa quando o resultado é diferente da sua intenção original. A depuração pode ser programação, sobre um conceito envolvido no problema em questão (por exemplo, o aluno não sabe sobre o ângulo), ou ainda sobre estratégias (o aluno não sabe como usar técnicas de resoluções de problemas). A actividade de depuração é facilitadora da análise; como por exemplo o modo como o aluno possa achar seus erros, assim, o aluno pode também usar seu programa para relacionar com o seu pensamento num nível metacognitivo, analisando seu programa em termos de efetividade das idéias, estratégias e estilo de resolução de problema. Nesse caso, o aluno começa a pensar sobre suas próprias idéias - Abstração reflexiva.
Portanto, observando algumas das demandas como prática e a formação do professor para esse novo contexto, pensamos que pricisa de se ter nas escolas profissionais competentes para esses desafios. NIQUICE (2006:94), relaciona a competência docente, a um conjunto delimitado de problemas e capacidades de arrolar os recursos cognitivos.
Nisso, para PERRENOUD, a competência docente abarca: (a)  a organizar e dirigir situações de aprendizagem; (b) administrar a progressão das aprendizagens; (c) conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciações; (d) envolver os alunos nas suas aprendizagens e nos seus trabalhos; (e) trabalhar em equipe; (f) participar da administração da escola; (g) informar e envolver os pais; (h) utilizar as novas tecnologias; ( i) enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão; (j) administrar a sua própria formação.
Faz ainda outra abordagem, segundo a qual “competência como aptidão para enfrentar um conjunto de situações análogas, mobilizando de uma forma correcta, rápida, pertinente a criativa, múltiplos recursos cognitivos: saberes, capacidades, microcompotências, informações, valores, atitudes, esquemas de percepção, de avaliação e de raciocínio” PERRENOUD (2002:19).
Portanto, observando a compentência profissional do professor como capacidade de utilizar as novas tecnologias, no dizer do Perrenoud. Questionamo- nos:
Que papel podem desempenhar os professores neste processo ou no exercício das suas práticas; que tipo de formação possuem ou necessitam os professores para usarem as tecnólogias regularmente nas suas práticas?

1.2. Formação de Professores para Integração e Exploração das TICs no PEA

1.Que importância atribuem os professores as TICs e que tipo de beneficios acham  que o seu uso pode trazer para o PEA?

Segundo ZABALZA (1988), Citado pelo PACHECO (1997), O ensino concebe se  como uma actividade com dois caminhos: o professor e alunos que inter-relacionam-se por um sistema de comunicação.
A actividade docente ou seja de ensino é uma tarefa profissional que exige conhecimentos e saberes especializados e uma actuação racional do indivíduo, tornando se necessário aplicar as técnicas fundamentadas pedagogicamente e adaptadas à situação concreta dos alunos e da turma (da sala de aulas). Isto é, a acção que um professor profissional sente no seu exercícios, a necessidade de o professor sentir que o ensino é indissociável entre ele (altamente competente e preparado como profissional) e o ambiente do seu exercício, dará resultados positivos. Além de promover uma racionalidade da actuação do professor para um ensino seguro.
 ZABALZA (1994), diz que “o professor deve intervir com opiniões, valores, atitudes, entusiasmo, conhecimentos e antecedentes pessoais para garantir a qualidade de ensino”. Isto é, o professor não deve se esquecer que o ensino não depende somente das suas intenções mas também das: Situação concreta, contexto institucional e curricular.
Segundo (CHAVES et al:1997), “A competência profissional do professor pode ser relacionada com o desempenho da eficácia”, podendo esta ser identificada nas situações reais da prática do ensino como carácter individual ou no contexto situacional em que actua, e a maneira como o professor se sente a cerca da sua profissão em relação a outros profissionais.
Portanto, uma das situções problematicas da intregração curricular, neste contexto de integração das TICs no contexto educacional tem a ver com o que o professor for capaz de fazer no contexto real da sala de aulas em relação ao uso do computador na aprendizagem e fundamentalmente a preparação que os professores possuem, ou seja dos conhecimentos ou a competência que efectivamente tem sobre os modelos de integração e exploração das TICs no contexto de Ensino/ aprendizagem, COSTA at al (2007:239).
Face aos cenarios acima apresentados, precisamos de compreender a necessidade de formação de professores para a incorporação destas práticas, pois embora existam computadores em algumas escolas, porem, existe um grande número de professores que não usa ou tem dificuldades no uso das ferramentas básicas do computador, dai que precisamos de buscar uma estratégia que permite superar tais dificuldades. Portanto, das entrevistas feitas a professores numa escola do 1º Ciclo do ESG, revela que exitem deficuldades nos professores para uso de ferramentas básicas e se usam fazem no por aprenderam de uma forma autonoma.
Isto é, analisando os modelos de formação de professores do ESG no nosso país, nota se que os professores não receberam ou não recebem formação especifica para utilizarem computadores na sala de aulas como meio de ensino, se sim, fizeram no pela sua própria iniciativa e os que possuem apenas o dominio básico. Dai que chama se atenção primeiro, a necessidade de identificar as transformações necessarias na e para a prática dos professores, assim como suas influências para formulação de acções de auto-formação.
Tal como diz ALMEIDA (2004), para a inserção dos computadores na escola é preciso analisar a formação profissional dos professores e as respectivas consequências.
E COSTA at al (2007:241) é pertinete equacionar se um modelo de trabalho que não se resume a formação mais específica e de acompanhamento, colocando e de acompanhamento, colocado como modelo F@R (Formação- Acção- Reflexão), cuja base é o desenvolvimento profissional, desencadeando situações concretas de exploração de tecnologias disponiveis em cada contexto, construindo oportunidade de análise crítica no professor.
 Para que isso acontença, é necessario criar se cadeiras específicas, com conteúdos e objectivos específico com ensino de competências informaticas, o uso de computador como meio didáctico para a concretização das aulas, mostrar como pode se tornar mais efectivo o PEA com ajuda do computador, fornecer condições para aquisição e desenvolvimento de competências específicas para a exploração das diferentes àreas curriculares abrangidas (disciplinas do ESG) de forma a introduzir confiança e facilitar o uso das TICs.
1. Que tipo de reflexões fazem os professores sobre o processo de ensino-aprendizagem, no que se refer a utilização das TICs e como superar as dificuldades?
2. Em que medida influência a competência no nível de confiança dos professores na integração das TICs nas suas práticas educativas?
Portanto,  julgamos que na formação dos professores precisa-se da introdução de uma cadeira específica com objectivos  e conteúdos específicos, virado ao ensino de competências informáticas  (não para formar programadores  mas sim) como entender o computador como um meio didáctico usado para a concretização das aulas, mostrando se como podes se tornar mais efectivo o PEA  com ajuda deste meio e de professores competentes na área;
·        Propor se um espaço de reflexão sobre as potencialidades das tecnologias no contexto educativo ou no PEA;
·        Fornecer condições para aquisição e desenvolvimento de competências específicas para exploração das diferentes áreas curriculares- disciplinas do ESG de forma a indroduzir confiança e facilitar o seu uso pelos professores;
·        Criar se condições para estimular o desenvolvimento de estratégias próprias em cada uma das áreas curriculares em funçãodas especialidades e trajectos de formação tendo em vista a formação eficaz de cada professor;
 Pois é preciso compreender que a integração das tecnologias no curriculo de formação de professores em particular nas didáctica específicas e/ou a criação de uma disciplina especificamente didáctica, separando a aprendizagem e dóminio técnico das tecnologias cuja vantagem seria o benéficio das tecnologias no PEA em função das especialidades, também seria uma aprendizagem dum curriculo oculto. Isto é, a aprendizagem sobre o papel e o valor efectivo das tecnologias no processo de ensino- aprendizagem em especial e em geral.
Portanto, esta idéia, pode ser relacionada com a visão de Perrenoud, que ressalva a importância de um currículo por competências e gerar uma drástica redução dos conteúdos ensinados e exigidos. Sendo necessario que estes possam ser efetivamente mobilizados em situações no âmbito escolar. Isto é, competência, como princípio de organização curricular,
enfatiza a atribuição do “valor de uso” de cada conhecimento. E como consequência, o currículo se preocupa mais com as competências a serem construídas do que com os conhecimentos a ensinar.
Para se entender currículo por competência, é necessário fazer uma opção conceitual em relação ao que se configura como competência.

Pois primeiro para a organização de um currículo baseado em competências consiste em se avaliar o perfil do profissional necessário para atender às demandas de uma dada actividade, configurando-se os diversos tipos de competências relacionadas com tal perfil, (neste caso específicos da formação de professores para usarem as TICs no ESG).
1.3. Uso das TICs para prendizagem significativa nos alunos

1. Que tipo de modificações o uso das tecnologias, origina nas estratégias de ensino e como é feita a gestão dos processos de aprendizagem com tecnologias (gestão do tempo, espaço e da autonomia do aluno).
2. No caso de uso das tecnologias nas actividades curriculares, como é que os professores introduzem, com que objectivos e que trabalhos os alunos são ou serão chamados para desenvolver?

Para alem da competência profissional que normalimente são objecto de formação dos professores e do conhecimento tecnologicos disponiveis, parece que permite dar uma especial atenção ao desenvolvimento das capacidades de manipular as novas tecnologias enquanto ferramentas de aprendizagem, em sintonia com a reflexão sobre os novos papeis do professor tendo em conta os objectivos de ajudar o aluno a ser o construtor do conhecimento e do curriculo, reflectir sobre o aprendizado, desenvolver estrategias de auto- aprendizagem.
Entretanto, a interação aluno-computador precisa ser mediada por um profissional que conhece os potenciais do computador, tanto do ponto de vista computacional, quanto do pedagógico e do psicológico.
De acordo com GARCIA (1999:86), são 4 as competentes do conhecimento de um professor profissional que deve se ter em conta na formação:
Conhecimento global da matéria; conhecimento do conteúdo; princípios gerais do ensino – Aprendizagem e conhecimento didáctico do conteúdo.
Portanto, o papel do professor como agente de aprendizagem (para além de que, o aluno como um ser social, está inserido em um ambiente social que é constituído, localmente, pelos seus colegas e, globalmente, pelos pais, amigos e mesmo a sua comunidade. O aluno pode usar todos esses elementos sociais como fonte de idéias, de conhecimento ou de problemas a serem resolvidos por intermédio do uso do computador) deve saber que no decurso do ciclo: descrição-execução-reflexão-depuração-descrição que se estabelece na programação também acontece quando o aluno usa o computador para criar um texto, usando um processador de texto, quando utiliza o computador para desenvolver uma multimídia por meio de um software de autoria, ou mesmo uma planilha ou criar um banco de dados. Ou seja, esse ciclo acontece sempre que o aluno interage com o computador usando software abertos onde, o aluno transmite informação para a máquina e não a máquina para o aluno.  
De acordo com o paradigma intrucionista, o uso do computador tem sido caracterizado como construtivista, permite a construção de conhecimentos nos alunos ou seja o computador tem a finalidade de facilitar a construção do conhecimento nos alunos de acordo com a capacidade de cada aluno (VALENTE, 2007).
No entanto, a introdução dos computadores nas escolas como recursos importantes para auxiliar o processo de ensino/aprendizagem na nossa realidade, requer uma análise cuidadosa do que significa ensinar e aprender com o computador, pois existe aqui grandes demandas e essas é uma das demandas que revertem a prática e a formação do professor para esse novo contexto, assim como a refeita mudança no currículo e ainda a estruturação da propria escola (equipar as escolas e com computadores suficientes e instalações adequadas).

1.4. Mudaça de atitudes dos professores face as TICs
Que experiencias tem os professores acerca das tecnologias e que tipo de uso efectivo faz delas?
Segundo COSTA (2005:244), a formação dos professores deve ter em conta a mudança de atitudes da mesma face as TICs e o seu potencial para o uso das mesmas em contexto educativo.
Portanto, esse parece ser um dos factores mais determinante na dicisão profissional e pessoal (competência) sobre a utilização das tecnologias, no entanto, parece nos que a formação deve ser estruturada com base numa estrategia que permite a mudaça de atitudes dos professores face ao potencial pedagógico deste novo recurso didáctico, através da tomada de conciência da importância da utilidade e beneficio que esse material, usado como ferramenta do EA, pode trazer ao PEA. Pois as tecnologias podem ser um elemento do progresso educativo mas é necessário o papel do professor.

II. CONCLUSÃO
A implementação de qualquer inovação curricular é condicionada por vários factores, tais como: aluno, professor como principal arquitecto da selecção de estratégias, que tem
necessariamente um peso determinante nas escolhas que faz para execução, A relação humana a relação estabelecida entre o professor e os alunos e dos alunos entre si, estabelecimento, os conteúdos,etc. Dai que, as constantes mudanças no mundo contemporâneo geram a necessidade de se repensar o processo de trabalho.
Surgerindo, assim, a preocupação com a questão do currículo. Como deve ser o ensino tendo em vista a formação do trabalhador em suas diversas áreas de atuação? Como garantir que ele aprenda aquilo realmente necessário para uma actuação efetiva, responsável, ética, levando em conta as particularidades do contexto social onde se insere?
Portanto, a introdução das TICs no curriculo do ESG deve ser acompanhada de várias mudanças na formação dos profissionais da educação, mas estás não podem ser vistas como único factor desencadeador de mudança na escola pois outros aspectos também devem ser revistos, tais como: a forma como o currículo afecta o desempenho do professor e a maneira como a gestão escolar interfere no PEA. É necessário que os elementos intervenientes sejam capazes de superar barreiras de ordem pessoal e pedagógica, com o objectivo de ultrapassar uma visão fragmentada de ensino a fim de alcançar uma concepção interdisciplinar voltada para o desenvolvimento de projectos específicos de interesse dos alunos e dos professores e no seu exercìcio.
A introdução das TICs impõe uma nova forma de ensino: a integração dos recursos tecnológicos em aula e na gestão dos centros escolares. Portanto, exige a actualização de conhecimentos e capacidades de professores para enfrentar os desafios das novas tecnologias na educação, conhecendo as repercussões que têm no seu trabalho como professor capaz de desenhar, produzir e valorizar recursos didácticos simples que dinamizem as suas aulas (os professores devem aprender a incorporar materiais multimédia, informáticos ou de internet, na docência de diferentes disciplinas do ensino secundário).
Portanto, aceitando a existência de isomorfismo entre aprendizagem das tecnologias pelos alunos em larga medida da responsabilidade ds professores e o modo como os professores devem ser formados, estamos a crer que a formação dos professores deve ser estruturada não apenas como base de adquirir conhecimentos sendo, relevante as oportunidades de exploração que os professores possam realizar de preferência com os alunos em situações concretas da utilização e com possibilidade de recursos a acessorios pedagógicos à medida que se aplica com as novas ideias na prática como uma das estratégias de implementação curricular. Os desafios na implementação dos computadores na escola, relega nos as mudanças educacionais, no entanto, se eles não forem atacados corremos o risco de perpetuarmos uma escola ou ensino sem objectivo bem traçados no e para uso da informática. Portanto, no tocante à formação dos professores, sugerimos como melhor opção o currículo integrado, que faz uma articulação dinâmica entre trabalho e ensino, prática e teoria, ensino e comunidade, levando em conta as características sócio-culturais do meio. Pois nos últimos anos, tem se fortalecido a idéia de que a escola deve priorizar o desenvolvimento de competências, e não a transmissão de conhecimentos.
O currículo também é um espaço de conflitos onde se entrecruzam lógicas bem diferentes, "será sempre polémico aplicar ao mundo da escolaridade um conjunto de pressupostos prévios que não reflictam a natureza dessa mesma escolaridade e não ponderem a função social, política e cultural da educação" Pacheco (1996:42).

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[1] Ensaio, usado como pré- requesito da avaliação na Cadeira de Teória de Curriculo, 1º  ano do  curso
de Mestrado em Educação/ Psicologia Educacional- UP, Maputo. (2010)

[2] Mestrando do Curso de  Mestrado em Educação/ Psicologia Educacional- UP, Maputo.
 e já eccionou (Convidado)  as Cadeiras de MIC e Estrategias Empresariais na UMBB e ISCISA ambas de Maputo.